A arquitetura bioclimática vem ganhando grande força e popularidade no Brasil nos últimos tempos, em grande parte devido à preocupação cada vez maior que estamos tendo com a sustentabilidade em todos os locais possíveis, e em especial nas nossas casas.
O nome pode parecer bem técnico, mas o conceito da arquitetura bioclimática é bem simples e fácil de entender. Você já deve estar imaginando que tem algo a ver com a sustentabilidade e o bem estar em casa, não é?
Se é isso que você está pensando, acertou em cheio. Neste artigo vamos elaborar um pouco mais sobre o conceito de arquitetura bioclimática, passando por suas origens e falando sobre as suas aplicações nas casas brasileiras.
Vamos começar?
O que é a arquitetura bioclimática?
A arquitetura bioclimática tem a sua origem nos anos 60 e 70, época onde se via um grande interesse surgindo sobre a ecologia e o respeito à natureza. Esse conhecimento foi inserido pelo movimento hippie, e tem desdobramentos que se mostram até hoje na sociedade.
A arquitetura bioclimática pode ser considerada um deles. O termo foi cunhado pelos irmãos Victor e Aladar Olgyay, que falaram em bioclimatism em referência à bioclima, que é o termo usado para referenciar o clima ideal para o desenvolvimento da vida em determinado ecossistema.
Estudo amplo em prol da sustentabilidade
Basicamente, a ideia dos irmãos Olgyay era inserir outras áreas de estudo na arquitetura para propiciar um entendimento maior de como promover a sustentabilidade nas casas por todo o mundo, algo que eles entenderam como positivo tanto para o meio ambiente como para as pessoas que vivem nele.
Podemos destacar a metereologia, a biologia, a climatologia e a topologia como áreas que os irmãos perceberam estar relacionadas com a arquitetura. Todo esse esforço e estudo tem alguns objetivos chave: promover casas mais eficientes energeticamente, minimizar o desperdício e melhorar o bem estar dos moradores.
Quais são os recursos da arquitetura bioclimática hoje em dia?
A arquitetura bioclimática foi incorporada com sucesso à arquitetura tradicional, ainda que os seus avanços tenham sido modestos em relação ao seu potencial de mudança nos ambientes residenciais.
A sua maior missão difere da arquitetura ecológica e sustentável, por exemplo, que ditam maneiras de se economizar na construção e buscam a eficiência energética a todo custo. A arquitetura bioclimática contempla essas áreas, mas de uma maneira mais ampla: através da integração com o meio ambiente.
A luz do sol e o calor
A posição solar como a proporcionadora de economia de energia é um claro exemplo disso.
Analisar como o sol percorre o terreno buscar a melhor distribuição dos ambientes é a base da arquitetura bioclimática.
Não só o sol, mas os ventos também devem ser considerados quando se planeja uma construção visando econimizar no estabelecimento do conforto térmico.
Através da iluminação natural, que é uma realidade graças à arquitetura bioclimática, as luzes podem ficar apagadas por mais tempo e a iluminação da casa provém em sua grande parte do sol.
O ar condicionado representa uma parcela considerável dos custos com energia, para resfriar ou aquecer os ambientes.
A diversidade climática no Brasil requer estratégias bioclimáticas distintas conforme a região e altura em relação ao nível do mar. O Brasil está dividido em 8 regiões bioclimáticas e para cada uma há uma estratégia específica, pois em Cutitiba – PR, teremos um impacto do clima bem diferente de Salvador – BA. Num clima frio, a topologia se apresenta na arquitetura bioclimática através do isolamento térmico em regiões montanhosas, por exemplo, e com o estudo da posição solar. Assim, a casa trabalha menos com aquecedores e mais com soluções naturais.
Também podemos citar o uso dos painéis fotovoltaicos como grande proporcionador de solução de apoio à arquitetura bioclimática nesse ponto.
Construção que respeita a natureza se torna melhor
Além disso, na própria construção e projeção da casa há pontos que a arquitetura bioclimática contempla. O uso de materiais reciclados e recicláveis, por exemplo, é um dos requerimentos buscando a integração com o meio ambiente.
E falando em integração, não podemos esquecer das áreas verdes. Elas são grandes proporcionadoras do controle de temperatura e umidade do ambiente, sendo que uma casa à sombra de árvores irá gastar muito menos energia com sistemas de ar condicionado durante o verão.
Deixe o vento soprar
A meteorologia, como dissemos anteriormente, também tem um papel fundamental na arquitetura bioclimática.
Através do estudo dos ventos e da posição do terreno em relação a ele, a casa pode ser construída dando passagem ao fluxo, o que a refresca no verão sem a necessidade de ligar o ar condicionado. Chamamos de ventilação cruzada a colocação de aberturas generosas, de entrada e saída, neste fluxo do ar pela residência.
Esperando na janela
Além de todos esses recursos, as janelas reflexivas também são importantes na manutenção da temperatura nos ambientes.
Impedindo que o calor entre na casa e seja absorvido por ela, as janelas reflexivas trazem ganhos expressivos no bem estar da família através da manutenção da temperatura. Incrível, não?
A arquitetura bioclimática é a grande norteadora das construções sustentáveis e de um pensamento melhor na hora de construir. Gostou deste artigo? Então não deixe de acompanhar a Innov Home!
(imagens: divulgação)